Conto autoral: Carta de despedida
Amanhã faz um mês que você decidiu ir embora. Longe de casa, nossa casa, fazem vinte e nove dias que você está longe de casa. Primeiros dias para dizer a verdade, não senti nenhuma falta de ti. Foi bom chegar tarde do trabalho, eu admito. Por vezes, até me estendi em conversa cotidiana pela esquina de nossa rua, voltando da academia. Não foi ausência sua por uma semana, eu me arrisco dizer: te vejo em cada canto dessa casa, do nascer ao por do sol e em cada prato de comida que eu me arrisque a comer.
Mais alguns dias, encontrei no gaveta sua velha presilha preta. Aquela presilha preta que me fez lembrar do seu batom, seu vestido e uma imagem de nós dois no espelho da sala de estar. Hoje, não teve café da manhã. Pela primeira vez, me recusei a levantar. A verdade sobre sua partida veio até mim aos poucos, apesar de que escancarada sob a face apenas eu, não quis enxergar. Jornais que se acumulam, louça sem lavar, poeira sobre os móveis e ninguém a dizer ou reclamar. Estava eu em uma casa no deserto, até mesmo o cachorro do vizinho pela primeira vez eu ouvi em uivo, seu nome clamar.
Outro dia, fui beber com os amigos. No final da noite, sabia o que fariam e para onde iriam. Voltavam para suas casas e vidas enquanto a mim, mais uma vez estava em casa, nossa casa, mais uma noite perdida.
Sinto tanto a sua partida. Briga por mais sal na comida ou tempero a revelia. Meu jeito de te querer bem perdeu apreço com o tempo, acaso e surpresas da vida. Acaso é saudade, assim eu diria. Não tenho mais nenhum botão na camisa, não tenho apreço algum por mim mesmo e imagem transmitida. Calço meia furada, cueca rasgada e do cesto, pego sempre a mesma camisa. Que fim levou nosso saca-rolha? Que fim levou nossa história e planos de vida?
Nenhum de nós sabe. Sem você aqui comigo, experimento monólogo instituído. Conversar com os outros não me apetece como nova rotina, são bocas desconhecidas, nada se assemelham ao som de sua voz proferida. Se me couber um último pedido: volte por favor, mas volte depressa pois você faz falta aqui. Mal tive tempo de lhe dizer "olá" e quis a vida que dissesse "adeus", sem ter você aqui comigo.
Amanhã faz um mês que você decidiu ir embora. Longe de casa, nossa casa, fazem vinte e nove dias que você está longe de casa. Primeiros dias para dizer a verdade, não senti nenhuma falta de ti. Foi bom chegar tarde do trabalho, eu admito. Por vezes, até me estendi em conversa cotidiana pela esquina de nossa rua, voltando da academia. Não foi ausência sua por uma semana, eu me arrisco dizer: te vejo em cada canto dessa casa, do nascer ao por do sol e em cada prato de comida que eu me arrisque a comer.
Mais alguns dias, encontrei no gaveta sua velha presilha preta. Aquela presilha preta que me fez lembrar do seu batom, seu vestido e uma imagem de nós dois no espelho da sala de estar. Hoje, não teve café da manhã. Pela primeira vez, me recusei a levantar. A verdade sobre sua partida veio até mim aos poucos, apesar de que escancarada sob a face apenas eu, não quis enxergar. Jornais que se acumulam, louça sem lavar, poeira sobre os móveis e ninguém a dizer ou reclamar. Estava eu em uma casa no deserto, até mesmo o cachorro do vizinho pela primeira vez eu ouvi em uivo, seu nome clamar.
Outro dia, fui beber com os amigos. No final da noite, sabia o que fariam e para onde iriam. Voltavam para suas casas e vidas enquanto a mim, mais uma vez estava em casa, nossa casa, mais uma noite perdida.
Sinto tanto a sua partida. Briga por mais sal na comida ou tempero a revelia. Meu jeito de te querer bem perdeu apreço com o tempo, acaso e surpresas da vida. Acaso é saudade, assim eu diria. Não tenho mais nenhum botão na camisa, não tenho apreço algum por mim mesmo e imagem transmitida. Calço meia furada, cueca rasgada e do cesto, pego sempre a mesma camisa. Que fim levou nosso saca-rolha? Que fim levou nossa história e planos de vida?
Nenhum de nós sabe. Sem você aqui comigo, experimento monólogo instituído. Conversar com os outros não me apetece como nova rotina, são bocas desconhecidas, nada se assemelham ao som de sua voz proferida. Se me couber um último pedido: volte por favor, mas volte depressa pois você faz falta aqui. Mal tive tempo de lhe dizer "olá" e quis a vida que dissesse "adeus", sem ter você aqui comigo.
Mais alguns dias, encontrei no gaveta sua velha presilha preta. Aquela presilha preta que me fez lembrar do seu batom, seu vestido e uma imagem de nós dois no espelho da sala de estar. Hoje, não teve café da manhã. Pela primeira vez, me recusei a levantar. A verdade sobre sua partida veio até mim aos poucos, apesar de que escancarada sob a face apenas eu, não quis enxergar. Jornais que se acumulam, louça sem lavar, poeira sobre os móveis e ninguém a dizer ou reclamar. Estava eu em uma casa no deserto, até mesmo o cachorro do vizinho pela primeira vez eu ouvi em uivo, seu nome clamar.
Outro dia, fui beber com os amigos. No final da noite, sabia o que fariam e para onde iriam. Voltavam para suas casas e vidas enquanto a mim, mais uma vez estava em casa, nossa casa, mais uma noite perdida.
Sinto tanto a sua partida. Briga por mais sal na comida ou tempero a revelia. Meu jeito de te querer bem perdeu apreço com o tempo, acaso e surpresas da vida. Acaso é saudade, assim eu diria. Não tenho mais nenhum botão na camisa, não tenho apreço algum por mim mesmo e imagem transmitida. Calço meia furada, cueca rasgada e do cesto, pego sempre a mesma camisa. Que fim levou nosso saca-rolha? Que fim levou nossa história e planos de vida?
Nenhum de nós sabe. Sem você aqui comigo, experimento monólogo instituído. Conversar com os outros não me apetece como nova rotina, são bocas desconhecidas, nada se assemelham ao som de sua voz proferida. Se me couber um último pedido: volte por favor, mas volte depressa pois você faz falta aqui. Mal tive tempo de lhe dizer "olá" e quis a vida que dissesse "adeus", sem ter você aqui comigo.
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